Saturday, December 6FARIA LIMA NEWS

BC veta BRB e expõe fundos de pensão a rombo de R$ 3 bi.

A decisão do Banco Central (BC) de vetar a compra de parte do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) deixou um rombo em aberto no mercado financeiro. Pelo menos 12 fundos de pensão e um banco estatal, o Banco da Amazônia, somam juntos R$ 1,81 bilhão em letras financeiras do Master, papéis sem a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Somados a outros investidores, a exposição pode chegar a R$ 3 bilhões. Entre os mais expostos está a Rioprevidência, que destinou R$ 970 milhões, cerca de 8% de seu patrimônio, a esses títulos. Na sequência aparece a Amapá Previdência (Amprev), com R$ 400 milhões, além de aportes de institutos menores, como o Maceió Previdência, que investiu R$ 100 milhões. Parte dessas operações já levanta questionamentos sobre irregularidades, como a compra de papéis de bancos públicos, vedada por lei. Se o negócio com o BRB tivesse sido aprovado, o banco brasiliense assumiria R$ 2,96 bilhões em dívidas do Master, blindando os fundos do risco de calote. Ao vetar a operação, o BC avaliou que o BRB poderia ser contaminado por “ativos podres”, cujo valor real seria inferior ao registrado em balanço. A leitura foi de que salvar o Master poderia fragilizar uma instituição pública. Com o veto, os fundos e o Banco da Amazônia ficam à mercê da capacidade de pagamento do Master, que oferecia retornos de até 140% do CDI para atrair investidores. Agora, com a incerteza sobre sua solvência, a conta bilionária pode virar mais um capítulo de crise envolvendo recursos de servidores e estatais. E enquanto a novela do Master se arrasta em Brasília, seu dono, Daniel Vorcaro, enfrenta outra disputa, desta vez em Trancoso (BA). Um corretor de imóveis cobra na Justiça uma comissão de R$ 18 milhões pela intermediação da venda de uma mansão de R$ 300 milhões, adquirida por empresas ligadas ao banqueiro. A propriedade de 40 mil m², com 12 suítes, bangalôs e diárias de mais de R$ 50 mil, virou palco de festas e polêmicas, e agora está no centro de um imbróglio judicial. Fonte: Folha de S.Paulo; MSN; Seu Dinheiro